Na parte da tarde, eles conversaram com os oficiais do país, incluindo o Presidente Michel Sleiman e Primeiro Ministro Najib Mikati sobre a a situação e desafios enfretados pelo Líbano como também sobre a resposta humanitária dada pela UNHCR e outros. Numa conferência de imprensa que aconteceu após essas negociações, Guterres homenageou o Líbano por ajudar tantas pessoas em um momento em que enfrenta suas próprias e agudas preocupações com segurança e economia. Exortando a comunidade internacional em ajudar a suportar o ônus, ele disse: “É do interesse de todos ajudar os refugiados e não só, mas também, dos Estados da região.”
Na mesma linha, Jolie foi sobre seus encontros no ínicio do dia com os refugiados que vivem com famílias de acolhimento, próximo a fronteira Líbano-Síria. “Eu fiquei comovida ao conhecer famílias sírias… em casas onde são bem vindos e protegidos,” disse ela aos jornalistas. Jolie conversou com três mulheres que tinham fugido para o Líbano com seus filhos enquanto seus maridos permaneceram na Síria porque temiam ser mortos se tentassem fugir. Uma mulher chorou ao descrever a caminhada de quatro horas que fez para cruzar a fronteira, depois de dizer aos seus filhos que estavam indo visitar parentes no Líbano. “Eles perderam tanto. Eu não queria deixá-los ainda mais tristes,” disse ela. A Enviada Especial e Guterres também ouviram dos refugiados os riscos e o terror que enfrentaram enquanto dirigiam-se à fronteira em rotas de fuga, incluindo constantes bombardeios e severos controles de segurança. Um homem deixou sua mãe, sua irmã e seu irmão de 15 anos de idade para trás porque o adolescente não tinha identidade para cruzar a fronteira. Eles também conheceram uma jovem mulher que estava se recuperando de um ferimento em seu estômago causado por disparo de arma de fogo. Seu noivi contou ao grupo que ela foi baleada enquanto fazia compras para o seu planejado casamento em Damasco.
Os visitantes da UNHCR também os ouviram falar sobre o problema crônico em fornecer abrigo para um número crescente de refugiados que cruzam a fronteira e acabam em áreas com capacidade de hospedagem limitada. Muitas pessoas acabam se hospedando em escolas, mas estas precisam ser desocupadas porque o ano letivo está prestes a começar. O governo está considerando um plano da UNHCR em usar edifícios vagos, terrenos para aluguel. Guterres e Jolie também ouviram histórias de famílias libaneses que voluntariamente tem se dirigido até a fronteira para pegar famílias desabrigadas e levá-las até suas casas. Alguns foram capazes de compartilhar seus pequenos apartamentos desde o começo do conflito, 18 mêses atrás.
Em um vilarejo, Guterres encontrou um homem de 77 anos de idade que ofereceu espaço em sua casa para uma família sem renda. “Fiquei impressionado com a generosidade em um momento em que as comunidades estão cada vez mais limitadas em sua capacidade de acolher refugiados,” disse Guterres. Em seus encontros com os funcionários do foverno, o Alto Comissário pediu a aprovação das opções de abrigo alternativo como uma questão de prioridade. Com as crianças compondo mais da metade da população dos refugiados, e o ano letivo prestes a começar, a UNHCR e a UNICEF lançaram uma campanha de volta às aulas direcionadas às crianças refugiadas. Crianças sírias também estão sendo auxiliadas a adaptar-se ao currículo Líbano e à língua francesa.
Para mostrar sua preocupação especial com as crianças, Jolie visitou a escola Bar Elias onde a UNHCR e a SAVE THE CHILDREN estão executando aulas de reforço e de apoio psicológico e social. Muitas das crianças perderam até dois anos de escola e estão traumatizadas. Crianças libanesas também participam do programa para promover a integração.
Todos os dias, cerca de 1.000 refugiados solicitam o registro à UNHCR. Para garantir que os refugiados sejam rapidamente registrados e assistidos, uma nova equipe de inscrição móvel foi criada no Bekka Valley, na cidade de Baalbek na última semana, e o centro de registro foi aberto em Tripoli, na costam no mês passado. A UNHCR também está estabelecida e presente no sul do Líbano, onde acredita-se que cerca de 7.000 refugiados estejam residindo. Enquanto isso, a UNHCR continua a fornecer vales-refeição e vales não alimentares, melhorias de abrigo, subsídios na área da saúde e da educação a todos os refugiados que se aproximam de seus escritórios. Veja o vídeo da visita ao Líbano no site oficial da UNHCR.
Fonte (texto): AngelinaFanBrasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário